A
quinta cidade a receber o Rei Cego na temporada em São Paulo foi São Luiz do
Paraitinga. Realizamos duas apresentações na escola Waldemar Rodrigues, às 10h
e às 15h para aproximadamente 500 alunos do município. Estar nesta cidade é um
privilégio para quem trabalha com arte. Tudo aqui é cultura, as casas, as
pessoas, as praças, os restaurantes, em cada canto, em cada esquina você se depara
com algum artefato cultural.
Contar
o Rei Cego aqui, foi como voltar pra casa e estar entre os nossos, isso porque
a cidade é repleta de lendas e contadores de história. Todo mundo aqui jura que
já viu um Saci Pererê, ou pelo menos conhece alguém que viu. Inclusive um
menino me contou que tem um “tio” lá na praça que tem a foto de um.
A
cidade foi arrasada por uma imensa enchente em 2010, e para isso também há uma
lenda. Segundo os moradores mais antigos, há muito tempo morreu uma pessoa que
era muito ruim, e se transformou em uma serpente. Essa serpente tinha sua cabeça embaixo da
igreja matriz e o rabo no cemitério, então cada pessoa ruim que morria
aumentava o tamanho da cobra. Dizia-se que esta cobra um dia iria acordar
trazendo uma grande enchente e que a igreja matriz cairia, como de fato
aconteceu em 2010. Se a cobra é verdadeira eu não sei, mas tem gente que jura
que viu pelo menos o rabo do bicho no meio da água.
Poderia
descrever horas e horas, falar sobre as marchinhas de carnaval, sobre a festa
do divino, sobre o afogado, mas não daria conta da riqueza cultural deste
lugar. Obrigado a todos que nos receberam, em especial ao Leandro e da Darlin
que não mediram esforços para nos ajudar.
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